sábado, 5 de abril de 2008

Ao Limbo do Verso

Arabi Rodrigues
ao Tocaio Ferreira, em memória

Nico, o Tocaio Ferreira,
só foi à frente de nós,
venceu o tempo, este algoz,
de capuz e “carneadera”.
Mas deixou na “carretera”,
um rastro que ninguém apaga:
mais limpo, que fio da adaga,
mais puro, que as emoções,
cada uma de suas canções,
serve de prece e de guia,
pra quem co’a alma, alumia
a catedral dos galpões.

A chegada neste mundo,
traz muita alegria aos pais,
um alento pros demais,
que vivem meio injucundos;
daí por diante, os segundos,
vão descontando as auroras,
minutos, vencem as horas,
os dias, os meses, os anos;
até mesmo, o mais vaqueano,
não escapa da maneia,
“lá vem um dia”, que apeia
na frente do Soberano.

É sempre assim, a saída,
a notícia, salga o mate.
É princípio, ou arremate,
duma história conhecida?
A resposta é descabida,
ante a dor dum sentimento,
envolve conhecimento,
com raiz na antigüidade.
Conceitos, que na verdade,
depende de cada um,
que por simples, é comum,
conhecidos, por saudade!

O poeta é diferente,
renasce dia, após dia,
do ventre da poesia,
percorre o sub consciente,
e depois, quando experiente,
concretiza o abstrato,
pintando o próprio retrato,
co'as luzes do universo,
sem se dar conta, o disperso,
vai se reunindo e se aquieta
assim renasce um poeta
ao limbo de cada verso.

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