sexta-feira, 10 de abril de 2009

Mundo dos Arreios - payada

don Arabí Rodrigues
homenagem ao amigo José Augusto

José Augusto, meu caro,
recebi o teu recado
e deveras, emocionado,
à tua frente me paro.
Nosso mundo é meio raro,
comparado ao mundo novo,
consciência, casca de ovo,
palavra e fio de bigode
e o saber do que não pode,
mãos limpas, alma do povo.

Nosso desejo sulino
de paz, amor, liberdade,
herdamos na tenra idade,
do nosso ancestral menino”;
depois, o Poder divino,
que tudo sabe e tudo vê,
alcançou-nos o porquê:
sermos de campo e mangueira
e o escudo da bandeira,
do querido CTG.

Além da pilcha completa,
o poncho, a faca e o mango,
este gosto por fandando,
prenda bonita e discreta,
cantiga, quando o poeta
é dos bons e respeitado
e o gaiteiro, no teclado,
retrata o campo na sala,
como quem engole a fala
no lombo dum aporreado.

Nos somos do tempo antigo,
da legenda dos gaudérios,
palmeadores de hemisférios,
que não refuga ao perigo.
Me agrada, quando um amigo,
desses “buenos”, que nem tu;
bem montado, a “Capitu”,
troteia mascando o freio,
como quem para um rodeio
nos campos Canguçu.

Agora pro arremate,
um convite pro amigo:
se quiser vir ter comigo,
“se chegue” pra mais um mate;
antes que o tempo desate,
a saudade do convívio.
Não esqueça, que o alívio
dum amigo por inteiro
é saber que o companheiro:
de honra, fibra e coragem
é o motivo da mensagem
por nosso Deus verdadeiro...

Nh.casa do rio, março. 20/09

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