homenagem a Celso Pitol Filho
Celsinho, meu caro amigo,
aqui estou novamente,
chapéu tapeado na frente,
e um “buenas” do jeito antigo.
Resolvi, vir ter, contigo,
por querer ser que nem tu:
língua solta de chiru,
a prumo, como “bendito”.
Não nasci
sou cria de Canguçu.
Para ser claro e bem franco,
fiquei muito satisfeito.
Quem me dera ser aceito,
onde “espalhei os tamancos”,
num baile de negros e brancos,
de gente boa, e malevas.
Guri saindo das trevas
bisneto d’outro poeta,
um “jogue” de cancha reta,
do Cerro das Arumbevas.
Tava eu, entre o chircal,
que cobre os campos pedritense;
como bom Canguçuense,
ouvindo um “toque” bagual
e depois, de “cosa e tal”,
não resisti o chamado;
água de cheiro, pilchado,
coração no céu da alma,
e o desejo batendo palma,
me entrevei no “bailado”.
O gaiteiro, um castelhano,
vaqueno de mil farranchos,
mui conhecido nos ranchos,
das “chagas” e orelhanos.
Neste mundo dos vaqueanos,
o clarim, é a “oito baixo”,
sendo num “tango” despacho,
muitos passos, várias vezes.
Como disse Luiz Menezes:
“que tombo, se não me agacho”.
Agora que tu já sabes:
quem eu sou, de onde venho,
quando pintar meu desenho,
um direito que te cabes,
nem que o mundo desabe,
oferecendo perigo;
não arranca o meu umbigo,
do lugar onde nasci.
E finalmente, pra ti,
um abraço do amigo.
Nh. Casa do Rio, novembro, 05/07
Nenhum comentário:
Postar um comentário