Aos Pais - payada
Arabí Rodrigues
Senhor dos mundos, padrão
de saber, força e beleza;
permita que a natureza,
do verso dum pobre peão,
alcance o ser da razão,
amor que nos deu a vida,
“con la madre” dividida,
corpo, alma e coração.
Porquê será que o agosto,
prenuncio de primavera;
tira a consciência da espera,
clareando as cores do rosto.
O tempo, guardião do posto,
à porta do paraíso.
Depois do grande sorriso,
a víbora traz o desgosto.
Assim, a lenda é contada,
a maçã surgiu das trevas
e o Adão ouvindo a Eva,
já não ouvia mais nada,
o céu, a terra encantada,
água fresca, sombra boa.
Fez do cetro, uma coroa
nos botou nesta “roubada”.
Agora pra disfarçar,
gastamos nossos centavos;
“o crescei-vos e multiplicai-vos”,
faz um pai se desdobrar,
somente pra contentar,
quem escolhe o seu presente
co’a afirmação, novamente
é o senhor quem vai pagar.
Pai é uma luz divina,
que Deus repete na terra,
pelo amor que descera,
no ventre que descortina.
A vida moça menina,
o tempo velho monarca,
não importa pêlo ou marca,
tem que cumprir sua sina.
Como pai, já sou avô,
como qualquer outro velhinho,
cheio de “dengues”, carinho
que o Patão me reservou.
Em todo lugar que vou,
levo a luz da esperança
e um sorriso de criança
que o meu velho me legou!!!
sábado, 9 de agosto de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário