Arabí Rodrigues
ao poeta Antônio Carlos de Alencastro
Kati, meu irmão querido,
parceiro de poesia,
por sermos da mesma cria,
somos do "garão torcido",
de mais a mais convencidos,
qu'o longe não nos atinge.
A saudade, a gente finge,
que foi embora pra sempre,
a cuia, a chaleira, a trempe,
a palha, o fumo, a solinge...
Um mate feito a capricho,
um pito feitio caseiro,
a baforada e o cheiro,
da china, o nosso cambicho,
depois do velho cochicho:
"to te esperando meu nego",
surge a resposta: já chego,
gostar de ti, é meu vício,
pro desafio do ofício,
vai ajeitando os pelegos.
Assim o tempo nos leva,
como tronco rio a "baixo".
Doze braças a bate cacho,
pro refugo dos malevas.
Quando a lua engole as trevas
no altar dos sentimentos,
eu chego na voz dos ventos,
qu surgem do paraíso,
pra vislumbrar teu sorriso,
co'as luzes do pensamento.
Podes crer, neste momento,
parado diante de mim,
consigo ver no sem fim,
o ser do teu firmamento.
À sombra de teu talento,
a minha musa se acampa,
reproduz a tua estampa;
à luz de campos em flores
teus versos, são meus amores
querubins da raça pampa.
Por fim um abraço largo,
repete e bate outra vez,
sempre co'a mesma altivez,
de quem cumpre o seu encargo.
Agora, mais um amargo,
desses que alargam ternura
e que adoçam a lonjura,
além dos meus universos.
Enquanto tu lê meus versos,
salgo outra cevadura!!!
Um grande abraço fraterno.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
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