quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A Pamonha do DETRAN - payada

Arabí Rodrigues

Meus irmãos de campo e cerra,
litoral, centro e missões:
em nome das tradições,
do povo de nossa terra,
ante à luz que Deus descerra
no para-peito do tempo;
cevo meu mate e contemplo,
gaúchos d’antigamente
e a honra de nossa gente,
nosso modelo de exemplo.

Entretanto, no momento,
por incrível que pareça
tem dado “dor de cabeça”,
o principal Sentimento.
Está sobrando talento
e está faltando vergonha.
A bandeja da pamonha,
foi à Praça da Matriz
e pra “regalo” dos guris,
a vivenda da cegonha.

A farra “empezo” la em cima,
na bailanta do palácio.
Quem diria que o prefácio,
serviria a minha rima;
tudo que afasta, aproxima,
todo que cala, consente.
Assistindo os “inocentes”,
depondo na CPIs:
me dei conta que “os guris”
“tavam” roubando nossa gente!

Após apresentação,
rapa-pé e ramalhete,
de pronto, vinha o joguete:
do não vi, do não sei não!
Os direitos de ladrão,
isso ai, eu não respondo,
sou “sério e não me escondo”.
Na maleta do “irmão”?
tinha os sêlos do Macalão,
e um mapa-múndi redondo.

Mas, o assunto é o DETRAN,
insiste o inquiridor.
Excelência, por favor,
não insista em “cosa” vã,
se por “acauso”, amanhã,
a justiça me chamar,
ai sim, eu vou falar,
tudo o que vi e o que sei
mas, dentro da nossa lei,
se abelha mestra deixar.

Um deboche, que de dá medo,
pela frieza que passa.
A honra da nossa raça,
encoberta pelo mosquedo,
com cheiro de vinho azedo,
cachorros de pêlo liso,
vivendo num paraíso,
com o dinheiro roubado,
dos cofres do nosso Estado.
Não pensem que sou conciso,
não digam, que sou conciso!!!

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