sexta-feira, 10 de abril de 2009

Mate de "Contra - Punto" - payada

don Arabí Rodrigues
homenagem ao poeta Nelson Ortácio

Irmão de fé e querer,
aqui estou novamente,
pr'um mate, que redepente,
um verso pode nascer,
daqueles, que sem dizer,
dá ode-casa e apeia
e "despacito" boleia,
uma rima limpa e pura,
em honra a nossa cultura
depois, se abanca e mateia.

Me agrada, quando mateamos,
"hablar de cosas estrañas,
los regalos de campaña,
que a lo largo veneramos".
Nesta quadra aonde estamos;
qualquer assunto, é assunto,
mormente se tiver junto
o nosso Deus das respostas,
até o diabo "vira as costas",
pr'um mate de "contra-punto".

Os pensamentos vagueiam
no topete da consciência,
trazendo a voz da querência,
quando as guitarras clareiam;
bordoneios que semeiam,
rufar de patas, arrancadas
tropel de cascos, patriadas,
sunir de laço e chilenas
e o sorriso das morenas
no peitoril das ramadas.

É lindo, sentir nas veias
o sangue verde,esta seiva,
aflora por sobre a leiva
como trava de maneia.
Enquanto, a cuia passeia,
entre uma e outra prosa,
"o cheiro da cancorosa",
faz recordar o momento,
que somou o sentimento
ao ser dalguma mimosa.

Em fim, a vida é um planalto,
cheio de pedras e espinhos.
As flores, são os caminhos,
que Deus nos mostra do alto.
Ante outro sobre salto,
à luz do mundo moderno
prefiro a cor do inverno,
sempre vestido de paz.
A vida por ser fugaz,
compraz o Amor eterno.

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