egunda-feira, 22 de setembro de 2008
Falcatrua em versos
Mestre na arte dos versos, o poeta Arabi Rodrigues preparou uma pajada sobre as falcatruas envolvendo a Lei de Incentivo à Cultura. O título é sugestivo: "Concerto no Campestre".
Patrão do ser infinito,
olhas teus filhos na terra
litoral,campanha, serra,
planalto, sempre bem dito:
nosso pago está aflito,
diante do desmazelo.
Nossa cultura dum pêlo,
foi transformada em negócio,
os vendilhões já têm sócio,
“perro”, relho e sinuelo.
Vem daí o cotovelo,
que tira a gente do páreo.
Cada projeto, um calvário,
puxão de orelha, cabelo,
pra justificar o zelo,
“a mocinha” do extrato,
apareceu no retrato,
que Grizotte publicou,
e por pouco não apanhou,
“só por causo” dum contrato.
O tal de filme, “uma piada”,
é como lidar co’a raiva”
o livro e o extrato na gaiva,
aonde as notas são guardadas,
as legitimas e as clonadas,
que dão origem a despesa.
Descoberta a safadeza,
quem queria aparecer,
agora, só quer esconder
a escuridão “da nobreza”.
Por sorte, temos certeza:
a moça não está sozinha,
um dos sócios, co’a ladainha;
se desmanchou em gentileza,
e, ao comissário, com firmeza,
soltou a língua e as notas.
É “brabo” trocar as botas,
bem no começo do baile,
quem não sabe ler em braile,
ensina orelhar a “sota”.
Se não fosse uma vergonha,
seria de dar risada.
A “mocinha” perfumada,
à sombra duma congonha,
nivelada aos da “pamonha”,
dos “Sem Voto” e do DETRAN
e que responder pro fã
sobre o concerto, o caminho,
com o nosso dinheiro,
pão dos pobres do amanhã...
Postado por Giovani Grizotti às 09h23
terça-feira, 23 de setembro de 2008
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